sábado, 18 de fevereiro de 2012

Conhecimento do Desenvolvimento Neuropsicomotor

O conhecimento do desenvolvimento neuropsicomotor normal por profissionais da área de saúde (médicos e profissionais afins) é de grande relevância no cuidado às crianças em suas fases iniciais de desenvolvimento. A precocidade na identificação de problemas no Desenvolvimento neuropsicomotor normal permite a intervenção adequada com o encaminhamento aos recursos da comunidade, proporcionando melhor qualidade de vida a estas crianças e seus familiares(1).

No período de 1985 a 2006, estudos científicos realizados em países em desenvolvimento, além de documentos publicados pelo World Bank, UNICEF e UNESCO's International Bureau of Education, indicaram que cerca de mais de 200 milhões de crianças abaixo de 5 anos de idade nos países em desenvolvimento não estavam atingindo adequadamente todo seu potencial de desenvolvimento, e isso resultaria em menor escolarização e treinamento profissional para estes indivíduos, maiores níveis de desemprego e, conseqüentemente, pior situação econômica e qualidade de vida (1).

Desenvolvimento é definido como “mudanças que acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte. Muitos aspectos do comportamento humano se modificam com o passar do tempo, incluindo a cognição, o movimento, a linguagem, o comportamento socioemocional e características físicas(2).

É necessária uma compreensão dos marcos de desenvolvimento para os profissionais que trabalham na área da saúde pediátrica, além dos próprios pais para que possa utilizar destes marcos a sequência de desenvolvimento como guia para registrar a evolução a longo prazo de seu filho. O marco de desenvolvimento dos dois primeiros anos de vida estão na tabela de Needlman e desenvolvimento neuropsicomotor tabela de Denver. (encontrado aqui também neste blog).

O conhecimento do desenvolvimento motor assume importância fundamental na clínica. Isso vale sobretudo no caso de o lactente apresentar, ou correr risco de apresentar, distúrbio motor devido a alguma lesão nervosa ou a uma anomalia do sistema osteomuscular(3).

O desenvolvimento motor é considerado como um processo seqüencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas(4).


Os motivos que justificam o exame e a intervenção precoces são de três tipos:

1- Anatômicos

2- Ligados ao comportamento

3- Fisiológicos


Quando analisa controle motor de um movimento específico, tal como andar, o fisioterapeuta observa vários programas motores que são executados simultaneamente. Esses programas incluem: automatismos da marcha, controle da cabeça, funcionamento da musculatura axial e tronco em cadeia aberta e fechada, programas de equilíbrio, deste o toque do calcanhar no solo até o apoio bilateral, balanço dos membros superiores e como isso perturba o paciente, e o tipo de ambiente em que o paciente caminha. Cada um desses programas representa uma sequência de movimentos que estão sendo controlado pelo sistema nervoso central(2).

Inicialmente, acreditava-se que as mudanças no comportamento motor refletiam diretamente as alterações maturacionais do sistema nervoso central. Hoje, porém, sabe-se que o processo de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é suscetível a ser moldado a partir de inúmeros estímulos externos (2). A interação entre aspectos relativos ao indivíduo, como suas características físicas e estruturais, ao ambiente em que está inserido e à tarefa a ser aprendida são determinantes na aquisição e refinamento das diferentes habilidades motoras(4).

Em todas as doenças neurológicas um programa de tratamento que incorpore principalmente o treino de atividades funcionais, é sempre essencial para uma maior independência dos pacientes, acredita-se que um dos elementos que permitem a evolução clínica desses pacientes é que o treino dessas atividades interfira de forma benéfica na neuroplasticidade estimulando-a (5).


Referências:

1- Teste de pré-triagem para avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças com até 12 meses de idade, JOSELI DO ROCIO MAITO DE LIMA, Tese de doutorado Universidade Federal do Paraná. 2008.

2- Reabilitação neurológica prática, Darcy Umphred. 2007.

3- Fisioterapia em pediatria, Roberta Shepherd.1998.]

4- Desenvolvimento motor na infância: influência dos fatores de risco e programas de intervenção, Aline Willrich. Rev Neurociências. 2008.

5- Os efeitos da prática de atividades motoras sobre a neuroplasticidade, Marcella de Pinho Borella, Rev Neurociências. 2009.

Psicologia do Desenvolvimento Contribuições Teóricas

Sigmund Freud (1856-1939)
• Propõe, à data, um novo e radical modelo da mente humana, que alterou a forma como pensamos sobre nós próprios, a nossa linguagem e a nossa cultura. A sua descrição da mente enfatiza o papel fundamental do inconsciente na psique humana e apresenta o comportamento humano como resultado de um jogo e de uma interacção de energias.
• Freud contribuiu para a eliminação da tradicional oposição básica entre sanidade e loucura ao colocar a normalidade num continuum e procurou compreender funcionamento do psiquismo normal através da génesis e da evolução das doenças psíquicas.
• Estudo do desenvolvimento psíquico da pessoa a partir do estádio indiferenciado do recém-nascido até à formação da personalidade do adulto.
• Muitos dos problemas psicopatológicos da idade adulta de que trata a Psicanálise têm as suas raízes, as suas causas, nas primeiras fases ou estádios do desenvolvimento.
• Na perspectiva freudiana, a “construção” do sujeito, da sua personalidade, não se processa em termos objectivos (de conhecimento), mas em termos objectais.
• O objecto, em Freud, é um objecto libidinal, de prazer ou desprazer, “bom ou mau”, gratificante ou não gratificante, positivo ou negativo.
• A formação dos diferentes estádios é determinada, precisamente, por essa relação objectal. (Estádios: Oral, Anal, Fálico, Latência, Genital)

A sua teoria sobre o desenvolvimento da personalidade atribui uma nova importância às necessidades da criança em diversas fases do desenvolvimento e sobre as consequências da negligência dessas necessidades para a formação da personalidade


Erik Erikson (1904-1994)

• A teoria que desenvolveu nos anos 50 partiu do aprofundamento da teoria psicossexual de Freud e respectivos estádios, mas rejeita que se explique a personalidade apenas com base na sexualidade.
• Acredita na importância da infância para o desenvolvimento da personalidade mas, ao contrário de Freud, acredita que a personalidade se continua a desenvolver para além dos 5 anos de idade.
• No seu trabalho mais conhecido, Erikson propõe 8 estádios do desenvolvimento psicossocial através dos quais um ser humano em desenvolvimento saudável deveria passar da infância para a idade adulta. Em cada estádio cada sujeito confronta-se, e de preferência supera, novos desafios ou conflitos. Cada estádio/ fase do desenvolvimento da criança é importante e deve ser bem resolvida para que a próxima fase possa ser superada sem problemas.
• Tal como Piaget, concluiu que não se deve apressar o desenvolvimento das crianças, que se deve dar o tempo necessário a cada fase de desenvolvimento, pois cada uma delas é muito importante. Sublinhou que apressar o desenvolvimento pode ter consequências emocionais e minar as competências das crianças para a sua vida futura.

"Human personality in principle develops according to steps predetermined in the growing person's readiness to be driven toward, to be aware of and to interact with a widening social radius"
Erik Erikson.


Jean Piaget (1896-1980)

• Jean Piaget (1896-1980) foi um dos investigadores mais influentes do séc. 20 na área da psicologia do desenvolvimento. Piaget acreditava que o que distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstracto. Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas (em género) e não qualitativas (em quantidade).
• Existem 2 aspectos principais nesta teoria: o processo de conhecer e os estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa habilidade.
• Como biólogo, Piaget estava interessado em como é que um organismo se adapta ao seu ambiente (ele descreveu esta capacidade como inteligência) - O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as acções.
• Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está. (equilibração). Assim, estabelecer um desequilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.
• Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação. Estes 2 processos são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa.
o Capta as grandes tendências do pensamento da criança
o Encara as crianças como sujeitos activos da sua aprendizagem


Lev Vygotsky (1896-1934)

• Lev Vygotsky desenvolveu a teoria socio-cultural do desenvolvimento cognitivo. A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo dialéctico, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
• Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas actividades sociais → Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.
• Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente.
• O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.
• Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo, o conhecimento sozinho, Vygostky via o desenvolvimento cognitivo como dependendo mais das interacções com as pessoas e com os instrumentos do mundo da criança
• Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos: linguagem, sistemas matemáticos, signos.

Teoria de Vygotsky do Desenvolvimento Cognitivo
• Vygostsky sublinhou as influências socioculturais no desenvolvimento cognitivo da criança:
 O desenvolvimento não pode ser separado do contexto social
 A cultura afecta a forma como pensamos e o que pensamos
 Cada cultura tem o seu próprio impacto
 O conhecimento depende da experiência social
• A criança desenvolve representações mentais do mundo através da cultura e da linguagem.
• Os adultos têm um importante papel no desenvolvimento através da orientação que dão e por ensinarem (“guidance and teaching”).
• Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) – intervalo entre a resolução de problemas assistida e individual.
• Uma vez adquirida a linguagem nas crianças, elas utilizam a linguagem/discurso interior, falando alto para elas próprias de forma a direccionarem o seu próprio comportamento, linguagem essa que mais tarde será internalizada e silenciosa – Desenvolvimento da Linguagem.


Konrad Lorenz (1903-1989)

• Zoólogo austríaco, ornitólogo e um dos fundadores da Etologia moderna (estudo do comportamento animal)
• Desenvolveu a ideia de um mecanismo inato que desencadeia os comportamentos instintivos (padrões de acção fixos) → modelo para a motivação para o comportamento
• Considera-se hoje que o sistema nervoso e de controlo do comportamento envolvem transmissão de informação e não transmissão de energias.
• O seu trabalho empírico é uma das grandes contribuições, sobretudo no que se refere ao IMPRINTING e aos PERÍODOS CRÍTICOS
• o imprinting é um excelente exemplo da interacção de factores genéticos e ambientais no comportamento – o que é inato e específico na espécie e as propriedades específicas da aprendizagem;
• O trabalho de Lorenz forneceu uma evidência muito importante de que existem períodos críticos na vida onde um determinado tipo definido de estímulo é necessário para o desenvolvimento normal. Como é necessária a exposição repetitiva a um estímulo ambiental (provocando uma associação com ele), podemos dizer que o imprinting é um tipo de aprendizagem, ainda que contendo um elemento inato muito forte.


Henri Wallon (1879 – 1962)

• Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia como ciência, os seus aspectos epistemológicos, objectivos e metodológicos.
- Considera que o homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito às disposições internas e às situações exteriores.
• Wallon propõe a psicogénese da pessoa completa (psicologia genética), ou seja, o estudo integrado do desenvolvimento.
o Para ele o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como “geneticamente social” e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio. Wallon recorreu a outros campos de conhecimento para aprofundar a explicação dos factores de desenvolvimento (neurologia, psicopatologia, antropologia, psicologia animal).
• Considera que não é possível seleccionar um único aspecto do ser humano e vê o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a actividade infantil (afectivo, motor e cognitivo).
• Vemos então que para ele não é possível dissociar o biológico do social no homem. Esta é uma das características básicas da sua Teoria do Desenvolvimento.


Burrhus F. Skinner (1904 – 1990)

• Psicólogo Americano, conduziu trabalhos pioneiros em Psicologia Experimental e defendia o comportamentalismo / behaviorismo (estudo do comportamento observável).
• Tinha uma abordagem sistemática para compreender o comportamento humano, uma abordagem de efeito considerável nas crenças e práticas culturais correntes.
• Fez investigação na área da modelação do comportamento pelo reforço positivo ou negativo (condicionamento). O condicionamento operante explica que um determinado comportamento tem uma maior probabilidade de se repetir se a seguir à manifestação do comportamento se apresentar de um reforço (agradável). É uma forma de condicionamento onde o comportamento acabará por ocorrer antes da resposta.
• A aprendizagem, pode definir-se como uma mudança relativamente estável no potencial de comportamento, atribuível a uma experiência - Importância dos estímulos ambientais na aprendizagem


Albert Bandura (1925-presente)

• É, tal como Skinner, da linha behaviorista da Psicologia. No entanto enfatiza a modificação do comportamento do indivíduo durante a sua interacção. Ao contrário da linha behaviorista radical de Skinner, acredita que o ser humano é capaz de aprender comportamentos sem sofrer qualquer tipo de reforço. Para ele, o indivíduo é capaz de aprender também através de reforço vicariante, ou seja, através da observação do comportamento dos outros e de suas consequências, com contacto indirecto com o reforço. Entre o estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo.
• É um dos autores associado ao Cognitivismo-Social, uma teoria da aprendizagem baseada na ideia de que as pessoas aprendem através da observação dos outros e que os processos do pensamento humano são centrais para se compreender a personalidade:
• As pessoas aprendem pela observação dos outros.
• A aprendizagem é um processo interno que pode ou não alterar o comportamento.
• As pessoas comportam-se de determinadas maneiras para atingir os seus objectivos.
• O comportamento é auto-dirigido (por oposição a determinado pelo ambiente)
• O reforço e a punição têm efeitos indirectos e impredizíveis tanto no comportamento como na aprendizagem.
• Os adultos (pais, educadores, professores) têm um papel importante como modelos no processo de aprendizagem da criança.


Urie Bronfenbrenner (1917 – presente)

• Um dos grandes autores que desenvolveu a Abordagem Ecológica do Desenvolvimento Humano: o sujeito desenvolve-se em contexto, em 4 níveis dinâmicos – a pessoas, o processo, o contexto, o tempo.
• A sua proposta difere da da Psicologia Científica até então (70’s): privilegia os aspectos saudáveis do desenvolvimento, os estudos realizados em ambientes naturais e a análise da participação da pessoa focalizada no maior nº possível de ambientes e em contacto com diferentes pessoas.
• Bronfenbrenner explicita a necessidade dos pesquisadores estarem atentos à diversidade que caracteriza o homem – os seus processos psicológicos, a sua participação dinâmica nos ambientes, as suas características pessoais e a sua construção histórico-sócio-cultural.
• Define o desenvolvimento humano como “o conjunto de processos através dos quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e mudança nas características da pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989, p.191).
• A Abordagem Ecológica do Desenvolvimento privilegia estudos longitudinais, com destaque para instrumentos que viabilizem a descrição e compreensão dos sistemas da maneira mais contextualizada possível.

Bronfenbrenner - Abordagem Ecológica do Desenvolvimento Humano: o sujeito desenvolve-se em contexto, em 4 níveis dinâmicos – a pessoas, o processo, o contexto, o tempo.


Arnold Gesell (1880-1961)

• Psicólogo Americano que se especializou na área do desenvolvimento infantil. Os seus primeiros trabalhos visaram o estudo do atraso mental nas crianças, mas cedo percebeu que é necessária a compreensão do desenvolvimento normal para se compreender um desenvolvimento anormal.
• Foi pioneiro na sua metodologia de observação e medição do comportamento e, portanto, foi dos primeiros a implementar o estudo quantitativo do desenvolvimento humano, do nascimento até à adolescência.
• Realizou uma descrição detalhada e total do desenvolvimento da criança; realça, com base em pesquisas rigorosas e sistemáticas, o papel do processo de maturação no desenvolvimento.
• Gesell e colaboradores caracterizaram o desenvolvimento segundo quatro dimensões da conduta: motora, verbal, adaptativa e social. Nesta perspectiva cabe um papel decisivo às maturações nervosa, muscular e hormonal no processo de desenvolvimento.
• Desenvolveu, a partir dos seus resultados, escalas para avaliação do desenvolvimento e inteligência.
• Inaugurou o uso da fotografia e da observação através de espelhos de um só sentido como ferramentas de investigação
Por Monique Beltrão.

UMA NOVA DIMENSÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Chafic Jbeili

Há pelo menos cinco anos venho observando e curiosamente estudando o funcionamento dos cursos à distância. Desde o primeiro contato com o ambiente virtual de aprendizagem – AVA percebi que se tratava de algo revolucionário. Entretanto, o Ensino à Distância não é novidade. Desde que surgiu a escrita, o sistema de Educação à Distância – EAD foi oportunizado, tendo como sua primeira tecnologia o livro, pois possibilitava que o aprendente extendesse o acesso à matéria além do ambiente de sala de aula.
Há pouco mais de cem anos os cursos à distância eram oportunizados via correios, pelos institutos tradicionais e muito conhecidos nesse segmento. Com a chegada do computador, novas ferramentas e recursos foram sendo utilizados na realização dos módulos à distância até que a internet revolucionou os sistemas e os métodos de ensino, oportunizando o acesso de um número cada vez maior de pessoas à uma variedade enorme de cursos
Desde cursos livres, passando pela graduação e até pós-graduação a educação e a aprendizagem ganham espaço no mundo virtual. Há, porém, que se atentar para a idoneidade das instituições que oferecem cursos de graduação reconhecidos pelo MEC. Portanto, cheque bem antes de se inscrever, pois as novidades tecnológicas devem facilitar o seu dia-a-dia e não trazer mais problemas e aborrecimentos “à distância”.
Interessante pensar que o termo “à distância” deve ser reconsiderado, pois a distância é relativa. Se você está em uma cidade, estado ou país diferente daquele em que a instituição que oferece o curso tem sua sede, então pode-se considerar realmente que é um curso à distância. No entanto, se a escola a Unidade de Ensino é um site, então não se pode dizer que está “distante”. Além disso, o fato de se estar em atividade síncrona (ao mesmo tempo) nulifica o sentido de distância, pois esta passa a se referir meramente ao sentido físico de espaço e não de tempo. A interner separou espaço e tempo.
Ninguém diz que está vendo televisão à distância, ou ouvindo rádio à distância e não deveria também se referir a um ambiente de aprendizagem como “curso à distância”. O professor é tão ou mais presente quanto o apresentador da TV ou o locutor do rádio, com a vantagem de oferecer interatividade em tempo real, ou seja, ensinante e aprendente se falam e se vêem simultaneamente e de forma síncrona, tornando irrelevante o ambiente físico em que cada um se encontra. Há pessoas que estão lado a lado em um mesmo ambiente físico, mas podem se sentir distantes uma da outra e, por isso, incomunicáveis em todos os sentidos.
Algumas das vantagens do Ambiente Virtual de Aprendizagem é que o aprendente pode se organizar de acordo com suas tarefas, interesses e necessidades. O AVA possibilita a distribuição do conhecimento em larga escala, otimizando tempo de locomoção (casa ou trabalho para a escola) reduzindo custos com transporte.
O AVA é ecologicamente correto, pois dispensa o uso de papel e assim reduz a necessidade de corte de árvores para o processamento da celulose. A interação entre ensinante e aprendente, bem como entre aprendente e aprendente pode ser tão mais intensa e frequente quanto mais simples também, otimizando os resultados da aprendizagem.
Os recursos didático-pedagógicos são mais amplos do que em sala de aula, pois permitem produção, publicação e divulgação de textos quase que instantaneamente. Há troca de imagens com voz, por meio dos video-papos onde se consegue reunir, ao vivo, um grupo considerável de pessoas. Tal recruso não deixa nada a desejar se comparado a uma sala de aula tradicional.
Além dessas vantagens, há também os eventos assíncronos, como participação em fóruns, exposição de avisos e recados em murais virtuais, espaços também conhecidos em AVA como “café”, facilitando de forma exponencial a produção intelectual colaborativa e, assim, cada pessoa, quer seja aprendente ou ensinante tem mais facilidade em dar o seu feedback e adquirir conhecimento.
A modalidade de Ensino à Distância, bem como o Ambiente Virtual de Aprendizagem podem ser considerados como um mundo de possibilidades para a nova educação, que atualmente cresce vertiginosamente no Brasil e em todo o mundo. Ao separar tempo e espaço, oportuniza ao homem o ingresso em uma nova e fascinante dimensão no processo ensino-aprendizagem.

________________________________________
Chafic Jbeili - Especialista em Psicopedagogia Clínica pela FACETEN/RR; psicanalista clínico pelo Instituto IMPAR; autor do livro Superando o Desânimo; membro fundador da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática do Distrito Federal; professor convidado dos cursos de pós-graduação em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior do Instituto Educacional Multidisciplinar de Brasília - IMPAR. Tutor e Autor do EducEAD- Cursos a Distância.

Refletindo sobre a diversidade e a força de lei.... Talentos!

“Um determinado Estado da Federação proibiu por força de lei a exibição e produção de videos, games, filmes e material educativo criado para o publico jovem (crianças e adolescentes) que fizesse alusão a violência e sexo”.


Existe a diversidade de olhares e a diversidade de saberes, desta forma, consigo perceber que cada um é importante dentre suas idéias e filosofias, marcando espaço num terreno que lhe é próprio. Deste modo, para este Estado da Federação, entende-se que seus governantes zelosos e cuidadosos são legitimados a atentarem para este tipo de exclusão, a fim de conseguir limitar sua visão e interesses e preservar a comunhão entre família, população e ordem pública, impedindo o uso de tais produtos com tais conteúdos. Concordo. Acredito que em muitos lugares hoje o que falta é a limitação de uma efetiva legislação que coordene a idéia de prazer com dever e que ambos ainda perpassem por limites e respeito. Nem só de pontos assim se vive uma sociedade. Estamos a mercê de um público de jovens terrivelmente mal educados, indignos e ainda violentos por conta de não limitá-los nem tão pouco dar a eles a informação que lhes cabe de acordo com suas limitações, idade, maturidade e famílias. Falta respeito para com as questões sociais levadas a esse público jovem e mais comprometimento dessas pessoas em conseguirem diversificar esse olhar para um futuro melhor e mais atraente para as suas condições de vida. Desta forma, cada indivíduo preparado ou não deve estar com a mesma condição de cuidado dos governantes que conseguem repassar esses cuidados sociais para a vida moral de cada uma dessas pessoas, respeitando o seu passado e dando condições de viver um melhor futuro com um melhor olhar. Sendo assim, cada um deve ser atencioso com suas vocações e meio social, impedindo o reforço da violência a partir de uma visão acadêmica desnecessária e maliciosa que não conduz a equidade, mas ao tratamento igualitário que não amadurece e nem educa, mas com certeza traz prejuízos. A proibição por meu olhar é pertinente e faz jus ao resultado social que temos alcançado infeliz e de derrota dos jovens de hoje no decorrer do que ocorreu ontem. Sejamos mais cuidadosos com as nossas crianças e jovens futuros do amanhã. Sejamos felizes!
Por Monique Beltrão.

Refletindo sobre a diversidade.....

Um professor(a), diretor(a), coordenador(a) de uma escola sabe da existencia de um grupo de ciganos e outro de hipies, que em função de sua “cultura” não querem ter acesso a escola “regular”. Ou ainda, se este grupo fosse de pessoas religiosas que acreditassem que deveriam viver isoladamente em função de não quererem ter contado com o “mundo de pecado”.
Refletindo sobre esta situação levando em consideração a diversidade como critério:

É difícil remover das entranhas culturais de pessoas diversas em seu patamar de certeza as suas vontades e desejos. A Escola é viva, mas se limita a ser um ponto de referência a educação e a cultura; sendo assim, temos que solidificar algumas vantagens que decorre deste modo de ver a educação escolar. Estamos limitados a isto e acuados na escola como escudeiros do rei. Temos ações específicas que não resultam positivamente neste contexto por falta de apoio e pessoas de trabalho com oportunidades.
O Conselho de Escola é constituído de pessoas da Escola, que julgam se necessárias ações ocorridas na escola e que não conquistam olhares de sucesso em decisões aleatórias como estas. O Conselho tutelar é ineficaz e despreparado para as diversidades, uma vez que seus pares não conseguem a partir da força de lei colocar alunos na escola e pais como acompanhantes, falta preparo e contingente para o trabalho efetivo, o Ministério Público determina em algumas vezes e em outras passa a frente como um caso de movimento popular e ações de Direitos Humanos.
Sendo assim, de alguma forma são esses os caminhos pertinentes a Escola que de alguma forma os utiliza e sem sucesso não traz grandes resultados e que em algum momento, passa por despercebida e sem sucesso. Temos 10 meses de efetiva lição acadêmica e quase sempre quando nota-se a ausência de alguém ou de um a família, estamos por passar por longe do período de absorção ou de construção, desta forma, passa ao longe a idéia de que precisamos conquistar melhores ações para angariar pessoas nestas condições.
A diversidade nos garante a vitória neste caso que nos conduz a uma atitude memorável a de oportunizar educação para todos, inclusive o que não está no contexto da Escola de hoje com as determinações de agora.
Pessoas devem ser preparadas, acionadas e repensadas, mas o querer além de fazer parte da diversidade das pessoas e é um modo de revigorar as questões de liberdade que afloram a cada dia. Mesmo que nós enxergamos essa situação, as nossas forças políticas saberão mas não reconhecerão em tempo a necessidade de ouvi-las, mas será imprescindível se eu puder ser mais rápida e menos burocrática para afinalar este processo sem andar atrás de pessoas e órgãos que falem por mim. Mas que eu possa resolver na Escola, junto com os meus problemas, de modo pertinente ao nosso convívio em tempo da ação inovadora pedagógica, a fim de melhorar as afinidades entre Escola e Comunidade num compromisso humano.
A diversidade precisa corroer a burocracia.
Por Monique Beltrão.