domingo, 21 de outubro de 2012

Filme: Como estrelas na terra, toda criança é especial

Por CLAUDIA PERROTTA
Antes mesmo de seu início propriamente dito, nas cenas que precedem a ficha técnica, o filme indiano “Como estrelas na terra, toda criança é especial” apresenta sua temática. Em um ritmo cada vez mais frenético, combinado com a sirene de fundo musical, uma lousa de sala de aula vai sendo preenchida por números e letras misturados aleatoriamente, enquanto, diante dela, professoras típicas evocam os nomes de seus alunos e “cantam” suas notas. A grande maioria, pelo bom desempenho, ganha como reforço positivo um sorriso de satisfação das professorinhas; apenas um garoto, Ishaan, recebe de volta a mesma expressão de desesperança e decepção. É sempre o pior da classe. Então, quando a lousa se torna apenas um bloco branco repleto de rabiscos e símbolos ininteligíveis, faz-se silêncio, e nosso olhar pode finalmente ter algum descanso na imagem de um pequeno lago. À beira dele, o protagonista Ishaan contempla os peixinhos, e, concentrado, se prepara para caçá-los com uma técnica precisa, que, certamente, foi desenvolvida ao longo do tempo dedicado à atividade. Mas esse descanso dura pouco; logo é interrompido por um adulto que o chacoalha irritado, reclamando do fato de Ishaan sempre atrasar a todos na ida à escola de ônibus.
O filme tem início, e vamos sendo apresentados ao cotidiano escolar e doméstico desse garotinho feliz, de 8 anos de idade. A temática do contraste de tempos vai então sendo enfocada de diversas formas, em vários momentos e situações. Em uma das muitas cenas de sala de aula, em vez de se ater ao conteúdo das matérias e à fala enérgica e ininterrupta da professora, cobrando e avaliando desempenhos da forma mais tradicional e retrógrada possível, o saudável Ishaan busca alguma salvação na janela, contemplando a forma como os pneus das bicicletas passam em uma poça d’água barrenta. Logo, obviamente, recebe a bronca esperada, que, invariavelmente é acompanhada de humilhações, ou pelos outros alunos, que se divertem à custa do coleguinha, ou pelos próprios professores, que ignoram as “dificuldades” de aprendizagem de Ishaan, qualificando-o de engraçadinho, sem-vergonha, preguiçoso e que tais...
Em casa, temos mais do mesmo: em contraste com a organização de tempo do filho problemático, pai, mãe e irmão seguem o script de uma vida produtiva. A cena que sintetiza esta idéia chega a ser hilária – vemos os três cumprindo rituais e tarefas cotidianas prosaicas em uma “rotação” acelerada, uma crítica clara ao ritmo frenético que temos de imprimir em nossas ações para conseguirmos um lugar ao sol na sociedade contemporânea. O valor está nessa pressa, na hiperatividade, como se isso fosse sinônimo de determinação, empenho. Como bem destacou Rosely Sayão em texto recente, “A pressa tomou conta de nossas vidas. Corremos desde que acordamos... Incentivamos a corrida sem fim dos mais novos: queremos que aprendam tudo rapidamente e cedo...” (Apressando a vida, in: http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/). Mais uma vez, o alívio para essa tortura e ansiedade cotidianas nos chega pelos olhos sonhadores de Ishaan – ele demora a acordar, encomprida o sonho na cama, nesse estado fértil entre o sono e a vigília, um sorriso no rosto que pede para ser compartilhado. Mas não há tempo para isso. A mãe-produtiva, que lhe dedica cuidados mecânicos, tem como tarefa tirá-lo desse estado, apressá-lo e adaptá-lo para a vida real, do trabalho, do horário a cumprir.
Como se não bastasse, ela também acompanha o filho na lição de casa, apenas e tão somente para destacar seus erros, demonstrando irritação e desesperança com a repetição deles, com a falta de capricho e empenho do filho: “Pare de brincar e conserte seus erros!”. As mensagens se repetem: preguiçoso, disperso, incompetente para aprender; enfim, não há projeto de futuro possível para esse menino que insiste em contemplar a vida, enquanto o tempo não para...
“Aqui nesta pedra alguém sentou olhando mar. O mar não parou para ser olhado. Foi mar pra tudo quanto é lado”, diz o poema de Paulo Leminski. No filme, quem “atropela” Ishaan é o pai, que, depois de uma reunião com os “educadores” da escola, em que o fracasso do filho é reafirmado em frases como: “ele não evolui, repete os mesmos erros de propósito...”, decide mandá-lo para um colégio interno, afastá-lo da família como castigo por não ter se esforçado. Tem início então um segundo momento da vida desse menino: toda a sua vivacidade, o sorriso malandro, a alegria de criança, a curiosidade e fascinação pelas cores e movimentos das ruas, que depois reproduzia em desenhos e pinturas belíssimos, são substituídas pela tristeza do abandono, pela decepção, em especial com a atitude da mãe, que, embora não concorde com a idéia da separação, submete-se ao marido.
Impossível ao espectador não se sensibilizar com o sofrimento que parece não ter fim do menino. O lema da “nova” escola, entoado com orgulho pelo corpo técnico, é: “Disciplina. Já domamos cavalos selvagens, vamos domar este também”. Ou seja, Ishaan é de imediato identificado como o garoto desregrado e incapaz de se desenvolver intelectualmente. Pior: agora, ele aceita esses rótulos e começa a se anestesiar para não sofrer, submetendo-se às novas humilhações dos professores sem qualquer reação. Deixa de falar, de desenhar e vai se tornando indiferente a tudo e a todos. Ishaan foi impedido de ser ele mesmo.
Mas este filme indiano não foge à regra e, para alívio de todos, repete a fórmula do clássico pioneiro “Ao mestre com carinho”, seguido de “Sociedade dos poetas mortos”, e mais recentemente “Escritores da liberdade”, já comentado nesta seção. Também aqui há um professor herói, um salvador, e a redenção finalmente chega pelo personagem Ram Shankar, que assume as aulas de artes.
Ram tem um percurso profissional interessante: vem de uma escola especial da região, na qual desenvolve um trabalho belíssimo com crianças deficientes. Esse percurso e sua própria história nos bancos escolares o equipam para aproximar-se de Ishaan e enfatizar com ele. O professor de artes logo percebe que o garoto está profundamente deprimido, pois não responde a sua forma inusitada de ministrar aulas: ele se apresenta aos alunos fantasiados, tocando uma flauta e convidando-os a dançar, cantar e, depois, desenhar livremente, deixando a imaginação correr solta no papel: “Divirtam-se, estão livres para desenhar o que quiserem!”. Ou seja, tudo que Ishaan fazia antes da opressão e violência que sofreu no ambiente escolar e familiar. Encapsulado, o garoto não reage mais; está tão anestesiado que nem consegue identificar em Ran Shankar o seu próprio modo de ser e ver o mundo.
Mas o professor está determinado a salvar o garoto, cujos “olhos berram por socorro”: analisa os cadernos, conversa com o único coleguinha com quem Ishaan mantinha um vínculo de amizade e finalmente procura pelos familiares dele. E é neste momento que reside, de nosso ponto de vista, o equívoco do filme.
Diante de um pai e uma mãe surpresos com a visita inusitada, Ran Shankar vai elencando sintomas de um distúrbio denominado dislexia, para afirmar que Ishaan não era preguiçoso ou indisciplinado e sim apresentava uma limitação real e de natureza orgânica que gerava seus problemas de aprendizagem escolar. Aqui, parece mesmo que o roteirista do filme tomou como base os manuais que caracterizam essa suposta doença e, didaticamente, vai expondo-a aos espectadores, muitos dos quais, certamente, chegaram em suas casas e correram para pesquisar na internet, como alíás, no filme, faz a mãe do menino, encontrando a confirmação de suas suspeitas quanto a uma pessoa da família ou a si próprios...
Só que, como temos apontado aqui no Ifono, trata-se de uma polêmica longe de ser resolvida, pois a existência da dislexia é bastante questionada, em especial quando temos uma história de vida como a de Ishaan. Fica evidente no filme a inadequação não só do sistema de ensino como do ambiente familiar: ambos falhavam repetidamente com o garoto, exigindo que se adequasse a padrões de funcionamento e comportamento, que, na verdade, o impediam de aprender a partir de sua forma de olhar e compreender o mundo. Essa forma, porém, de maneira alguma é incompatível com o desenvolvimento intelectual; ao contrário, Ishaan tinha recursos e talentos para isso: curiosidade, capacidade de concentração, observação apurada e busca de meios para expressar e compartilhar suas percepções. Incompatível com um aprendizado genuíno é a forma de ensinar que vemos no filme: fragmentação dos saberes, sistematização descontextualizada de conteúdos, aversão à reflexão e criação, hipercorreção de erros ortográficos, etc..
Diante disso, como dizer que as supostas dificuldades do garoto advinham de um problema individual orgânico? O que vemos é uma organização defensiva contra essas graves falhas ambientais, e uma tentativa de se manter saudável em ambientes claramente doentes, contaminados por uma pressa e submissão impeditivas do contemplar e criar livremente. É bom que se diga que os erros ou trocas grafêmicas, espelhamentos de letras que nos vão sendo apresentados na tela, com o professor folheando os cadernos de Ishaan, nada mais são do que naturais em um processo de apropriação da escrita, e de forma alguma indicam uma dificuldade específica ou uma patologia de origem neurológica. Mostram sim que o garoto foi se afastando desse conhecimento, que lhe foi apresentado de uma forma muito pouco atrativa, além de segmentada e destacada de contextos reais de uso. Bastaria uma mediação mais consistente, aberta a experimentações, e professores menos ávidos para rotular e super corrigir seus alunos, como vemos nos cadernos, repletos de correções em vermelho, para que essas questões fossem acertadas. Com o tempo, e exposto a situações discursivas significativas, o processo de letramento de Ishaan continuaria seu curso, como de fato vemos mais adiante (não deixe de ler texto publicado nesta seção: Considerações sobre a visitação a gêneros discursivos).
O próximo passo de Ran Shankar foi marcar uma reunião com o diretor da escola, e aí há um diálogo comum no ambiente escolar, que muitas vezes ocorre entre especialistas e coordenadores pedagógicos. O professor informa o problema do garoto, e o diretor então afirma categórico que ele deve ser transferido para uma escola especial. Mas Ran invoca o ideal da inclusão e o dever, assegurado por lei, de todas as escolas aceitarem crianças, independente de suas dificuldades, inclusive as deficientes. O diretor retruca, afirmando que, em classes numerosas, os professores não têm condições e nem TEMPO para se dedicar às especiais. Ran está decidido a ajudar e se oferece para acompanhar Ishaan individualmente, duas ou três vezes por semana.
E é neste momento que reside, de nosso ponto de vista, o acerto do filme. Não é o diagnóstico de dislexia que abre portas para Ishaan, como certamente os adeptos da existência da doença utilizarão como argumento. A grande virada e sacada está na parceria estabelecida entre o professor/mediador e o aluno. A partir dela, fica fácil aprender, abrir canais para ler, escrever e lidar com os números. O professor de artes se aproximou afetivamente do garoto, colocou-se no lugar dele e foi mostrando novas formas de apropriação e construção dos conhecimentos a partir desse lugar, de suas potencialidades e recursos. Mas, se por acaso Ishaan tivesse sido atendido por um professor com outro perfil, ou encaminhado para especialistas que reproduzissem a mesma metodologia de ensino das escolas que freqüentou, ou ainda para profissionais da área médica que optam por ministrar remédios (conhecidos como “drogas da obediência”) para o que apressada e inconsistentemente diagnosticam como déficit de atenção, poderia ter simplesmente se adaptado, sido domesticado e aprendido a fazer o jogo da instituição, como muitos, mas não necessariamente estaria vislumbrando nos conhecimentos a possibilidade de neles imprimir pessoalidade. Além do afeto, Ran reapresentou o objeto cultural escrita para Ishaan, resgatando, em especial, o aspecto lúdico e respeitando o tempo e ritmo de experimentação do garoto.
No final, assistimos a movimentos de confraternização bem raros no ambiente escolar de fora da tela, com todos reconhecendo suas limitações e se humanizando. Há também as reparações de praxe por parte dos familiares, dos professores e dos colegas, e Ishaan volta a sorrir e a ter esperança em suas capacidades de desenvolvimento.
É de fato um final feliz. Mas só na ficção. Junto com os créditos, vão surgindo imagens que não nos deixam esquecer que toda essa transformação na forma de cuidar de crianças reais, com exceção da mesmice e avidez equivocada por taxá-las como doentes, está bem longe de ocorrer. Sujas, maltratadas, carregando materiais pesados, inseridas precocemente no mundo do trabalho, exploradas por adultos, todas ainda sorriem para as câmeras... Até quando?

Título Original:
Taare Zameen Par
Sinopse:
É a história de uma criança, Ishaan Awasthi, de 9 anos, que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Um professor substituto de Artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairamais »ndo sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e a vontade de viver.« menos
Em DVD - 2007 (Mundial)
140 min
 -  Drama
Direção:
Roteiro:
Elenco: Aamir Khan (Ram Shankar Nikumbh)Darsheel Safary (Ishaan Awasthi)M.K. Raina (Diretor(Principal))Sachet Engineer (Yohaan Awasthi/Dada)Tanay Chheda (Rajan Damodran)Tisca Chopra (Maya Awasthi/Ma)Vipin Sharma (Nandkishore Awasthi/Papa)mais
Produtores:
Países de Origem:
Estreia Mundial: 2007
Estreia Brasil: 21 de Dezembro de 2007
Outros Títulos:Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte: Like Stars on Earth






PAIS AUSENTES GERAM PROBLEMAS

A criança é colocada na escola para receber um tipo de educação que desenvolva particularmente seus dotes intelectuais. Segundo Rampazzo (1996:21), em seu escrito:
Na educação dos filhos, é preciso evitar dois excessos: de um lado, a imposição; de outro, a falta de acompanhamento. Poderíamos dizer que também a pessoa do filho tem uma liberdade que deve ser respeitada; mas por outro lado, estas liberdades do filho precisas de luzes, de indicações, de presença dos pais para estimular, corrigir, ensinar, convencer, numa só palavra: para ser educada.
Depois de a criança entrar na escola, o papel educativo da família não deveria diminuir de importância, pois, na realidade, nada a substitui.
O que vemos hoje são os pais se afastando dos filhos por conta de inúmeras outras coisas, que não são tão importantes, quanto a formação de um indivíduo; ora, os filhos são presente de Deus e eternidade na vida dos pais e das famílias. A importância para as vidas são importâncias necessárias. Cosntruímos o nosso futuro também através dos filhos.
No entanto, muitas vezes tal não acontece: há uma tendência da família em deixar a criança, desde então, entregue exclusivamente a escola, achando que já cumpriu o seu dever. Por outro lado, é comum o professor reclamar do aluno: “será que seus pais não lhe dão educação em casa?”, ou ainda: “escola é para instruir, a educação o aluno recebe em casa!”.
Em ambas as atitudes – a família deixando a educação por conta da escola e a da escola por conta da família – o que existe é uma lamentável incompreensão da responsabilidade dessas duas instituições irmãs. A escola e a família são duas instituições cuja existência deve estar indissoluvelmente ligada. A escola deve ser a continuação do lar ideal.
É, portanto, necessário à cooperação sempre uma com a outra, em benefício do educando. A escola pode cooperar com a família de várias formas: ajudando-a a formar o caráter do jovem, reforçando a autoridade dos pais, aconselhando diariamente a ouvir e respeitá-los. Por sua vez, a família deve colaborar com a escola, vivendo em contato com esta. Os pais devem comparecer sempre que possível na escola e entrar em entendimento com os professores de seus filhos. Os pais são responsáveis em sua plenitude pelo conhecimento adquirido e pelo equilíbrio deste conheciamento. O falar sobre o que apreendeu, também se constata na família. A Escola hoje assume muitos papéis, mas o de confirmar a afetividade e o de acertar os pontos de vistas para o conviver e o viver no mundo, é muito mais da família do que da Escola. Atuamos com conteúdos científicos e as vezes populares por 4horas ou 4 horas e meia, a família, sustenta um convívio de 20horas.... Daí,a necessidade da presença.
A família precisa acompanhar passo a passo a vida escolar do filho e saber o que está fazendo na escola, qual o seu adiantamento, as suas notas e os seus progressos. Em cada lugar em que estamos assumimos papéis, percebemos signos, portanto; quase sempre a família não conhece o seu filho, a sua criança junto com outras pessoas e longe dos seus olhares e visual. a criança, o jovem desta forma, assume o seu verdadeiro papel, se mostra como realmente é. E sendo assim, só a família tem o poder de controlar e conduzir este jovem nestas condições.
Nidelcoff (1994) aponta problemas existentes na escola e vice-versa. Tal situação, decorrente do fato de os campos de cada um dos lados não estarem bem delimitados, cria, segundo a autora, uma confusão que gera mais impasse do que crescimento.
A escola tem como função a transmissão de saberes e, para que isso aconteça, não há como invadir a privacidade do aluno. A escola não dá conta, por exemplo, de tornar uma criança mais feliz, porque isso está relacionado com o seio familiar, por outro lado a ausência familiar faz com que a escola se sinta, às vezes, na obrigação de repassar regras comportamentais, abrindo mão de sua função elementar.
Os pais encontram-se hoje mais preocupados com o não-desenvolvimento da aprendizagem dos filhos e com o medo de errar. Os pais não suportam suas falhas, são tão sufocantes quanto autoritários e acabam criando, em casa, pequenos autoritários.
Souza (1996) afirma que o ambiente de origem da criança é altamente responsável pelas suas atividades de segurança no desempenho de suas atividades e na aquisição de experiências bem sucedidas, o que faz a criança obter conceito positivo sobre si mesmo, fator importante para a aprendizagem.
 Não se colocam por não suportar a realização e admitem que muitas vezes pais e escolas se omitem, deixando de exercer sua autoridade.
Em relação à falsa imagem do construtivismo aplicada em várias escolas públicas e privada – muitos equívocos são feitos em torno dessa linha de educação. No construtivismo, a criança não tem que fazer o que quer e o professor simplesmente aceitas, pois isso gera descompromisso. O professor deve definir regras, os instrumentos. 
Nidelcoff (1994) ainda lembra que responsabilidade e autoridade antecedem a escola. Se os pais querem filhos responsáveis, têm que se conscientizar que há também uma responsabilidade que é sua. A escola não é só para estabelecer limites e disciplina, sendo que o investimento nesse campo vai além dos estabelecimentos de ensino.
Há determinados professores que têm dificuldades de saber qual é o seu papel. Crianças e adolescentes estão sempre testando os adultos e, quando isso se torna paralisante, com agressividade, é preciso que haja uma intervenção. Well (1991:45) faz a seguinte afirmação sobre conduta:

Recentes pesquisas de Psicanálise e de Psicologia Social colocaram em destaque fato de a conduta dos filhos na escola e em casa serem, em grande parte, uma reação ao comportamento dos pais para com os filhos. Isto é a tal ponto verdadeiro, que se constatou que a maioria dos problemas de comportamento, tais como a ausência de atenção, brutalidade ou instabilidade, são causados pelas atitudes dos pais.

Na natureza das relações entre pais e filhos se transmite de geração a geração; existem tradições de brutalidade, de autoritarismo, de superproteção que os filhos transmitem, quando adultos, às suas próprias crianças. Onde Há brutalidade, incompreensão, e hiper autoritarismo, não é possível construir verdadeira democracia, pois atitudes se propagam também fora do lar, no trabalho, nos negócios e, o que é mais sério, na direção dos destinos de uma nação.
A liberdade, dentro do respeito pelo próximo, tem de começar as ser cultivada nas relações entre pais e filhos, isto é, na própria célula familiar. Sem isto, os alicerces de qualquer nação não oferecem garantia para manutenção do que se deseja para uma verdadeira democracia.
Só somos livres, a partir do que construímos para nós mesmos.
Por Monique Beltrão.
Mestre em Educação,Pedagoga, Psicopedagoga,
Especialista em Direito Educacional, Escritora e
Professora Universitária.

Divulgando o Livro na FESAV - 2012

A pessoa humana é o princípio e o fim de qualquer proposta
ou motivo educacional, podendo assim ser entendida a
partir de suas nuances, particularidades e pontos íntimos do
seu pensar e agir, pois “Em primeiro lugar, todo homem nasceu
para o mesmo fim principal, o de ser homem, ou seja, criatura
racional senhor das outras criaturas, imagem manifesta
do seu criador” (COMENIUS Johan, 1997, CAP.IX, § 2).

Educar é transformar o indivíduo, é prepará-lo para o
mundo, conhecendo suas razões, a fim de promover sua
integração total. É oferecer a este indivíduo melhores condições
para não condicioná-lo, mas deixá-lo viver, conhecer, agir,
querer, dizer e buscar o seu aprimoramento e a transformação
do mundo.

Por Monique Beltrão.



Investindo na Pedagogia com Projetos - Visão Acadêmica







Livro inspirado nos alunos do Ensino Fundamental e nas condições de aprendizagem e entendimento dos conteúdos ministrados. A idéia aqui é a de facilitar o apreender para obter habilidades de sucesso no cotidiano escolar e para a vida. Sejamos imperativos com o saber que tomamos posse! Vendas on line através da Editora Delicatta no endereço: www.livrariadelicatta.com
Monique Beltrão.