Disciplina e Indisciplina em Sala de Aula. Um olhar sobre a palestra de Celso Antunes SP, no Congresso Conhecer 2014.
*Por Monique Ferreira Monteiro Beltrão.
A verdade sobre a indisciplina pode em sua maioria de
condições ser diferente, desconectada e infalível, quando os alunos não assumem
o que é significativo para eles, por conta do que lhes foi entregue, perdem a
condição de alunos. O professor feliz, trabalha no coração do aluno, o
professor entediado trabalha sem alma, portanto não chega ao coração do aluno.
O
professor Celso Antunes defendeu que indisciplina é, hoje, erro conceitual.
Muitas vezes os educadores pensam que “o motor da indisciplina” é a conversa em
sala de aula, sendo que a fala é, antes, ferramenta imprescindível ao
aprendizado (afinal, a invenção da linguagem impulsionou consideravelmente o
progresso da Humanidade). Em suas observações, sim, existem conversas que
caracterizam indisciplina; entretanto, se os alunos estão envolvidos com
debates, pesquisas, na estruturação de projetos, a fala está presente e a
indisciplina, não. De maneira que, em sua visão, a indisciplina hoje é antes
alimentada pela inércia de alguns educadores diante dos abusos presenciados em
sala de aula e não inerente à natureza dos educandos.
A reflexão conclusiva foi a respeito
da postura do educador na prevenção da indisciplina. Em sua visão, se o
professor brasileiro acreditar que só existe uma forma de dar aula, esse único
modelo condenará os alunos ao tédio; e o tédio, à indisciplina. A tecnologia avança
tudo na vida cotidiana muda, mas muitos professores continuam dando aulas como
há 20, 30 anos, sem se ocuparem em gerar em seus educandos o interesse e a
disposição ao aprendizado. Muitas vezes, a lacuna do aprendizado e da disciplina
está na falta de ferramentas por parte do educador, ajustando o conteúdo ao que
se vive no cotidiano.
O aluno precisa ser mais bem conduzido
para que possamos apostar realmente em alunos críticos, socializados e
pesquisadores em momentos de estudos e escolarização, dentro e fora da escola.
O conferencista, em sua exposição,
mencionou: tudo que está nos livros, tudo que se aprende, existe antes para que
se viva. Em sua visão, muitas vezes os professores transmitem o conteúdo sem
Alma, como uma mera repetição sem sentido. Então, não conseguem perceber que o
incômodo do aluno se expressa por meio dos sinais que o educador identifica
como indisciplina.
Para
vencer essa distância, segundo Celso Antunes, é necessário compreender que o
respeito à diversidade implica desenvolvimento e aplicação da diversidade de
linguagem. Isso significa repensar constantemente o formato, a estrutura da
aula, mas também o que se espera da avaliação.
* Monique Ferreira Monteiro Beltrão, Pedagoga, Psicopedagoga, Escritora, Especialista em Direito Educacional, Mestra em Educação e Psicologia e Doutoranda em Educação.