Resumo
Este
trabalho apresenta resultados de estudos desenvolvidos durante este ano letivo
de 2015 na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) Milton Trancoso de
Aguiar, cujo objetivo é refletir sobre o papel do pedagogo na UMEI, enquanto
consultor e mediador do processo ensino aprendizagem, especialmente em relação
aos desafios que envolvem uma participação verdadeiramente democrática, uma vez
que , esta não constitui uma tarefa fácil, tendo em vista os limites
enfrentados por eles no desempenho de suas funções. O presente trabalho dialoga
com as determinações legais acerca da gestão democrática (LDB 9394/96) tomando
como destaque a função do pedagogo na Instituição de Educação Infantil. No
tanto, o presente estudo adota como modelo a ser investigado a Unidade de
Educação Infantil Milton Trancoso de Aguiar e sua sistemática pedagógica de
aprendizagem e de estudo dos pedagogos professores. A análise sobre a UMEI
revelou achados essenciais, tanto em nível de reflexões sobre a problemática
que permeia o campo de ação do pedagogo, como também veio a somar na própria
formação. Enquanto pedagoga desta unidade, entendo que apesar dos avanços
assistidos pela LDB, muito ainda temos que fazer e caminhar para alcançarmos o
nível intelectual do professor consultor e mediador do processo acadêmico. Como
este estudo é uma pesquisa em andamento, é prematuro tecer comentários efetivos
definitivos sobre os resultados e conclusões a este respeito. Mas estaremos
caminhando para entendermos e direcionarmos o processo acadêmico da consultoria
e do trabalho pedagógico da mediação do processo de ensino e aprendizagem.
Palavras chaves:
UMEI. Pedagogo. Trabalho Pedagógico. Consultoria.
Introdução com a Problemática Anunciada e
Desenvolvida
Ao
iniciar este trabalho escrito, percebi que a educação infantil deixa marcas na
nossa vida, em primeiro lugar por ser um dos primeiros espaços sociais
construídos em nós e por trazer à memória, situações com emoções particulares,
expressivas e seguras, da minha vida para o mundo e lugares por onde passo.
Trazemos
a tona aqui, uma observação segura a respeito das famílias, dos alunos e desta
população que se direciona para a educação infantil, nesta época e nesta UMEI
Milton Trancoso de Aguiar. Direciono meu olhar que não nasceu dos meus estudos
e escolas, mas que é trabalhado no dia a dia com experiências dentro da escola,
e no meu ponto de partida, foco do trabalho que são as crianças e suas
respectivas famílias e que são também os nossos professores, mediadores.
Observamos
o comportamento das famílias e das suas crianças a muitos anos, comportamentos
singulares, autênticos e as vezes padronizados e cotidianos populares. As
famílias surgem na Escola a cada ano, mais específicas, mais novas, com moldes
modernos e quase sempre adaptáveis à sociedade que existe e fazem parte. O meu
cuidado aqui é com o desempenho pedagógico deste aluno e o seu cotidiano na
educação infantil a partir do seu contexto e das suas relações familiares.
O
nosso maior cuidado também é com os professores, mediadores de vários processos
e que ainda hoje e nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, precisam de conteúdos,
novas visões e perspectivas para demonstrarem modelos de ajuda e construir
novos paradigmas a cada dia e instantes, se fazendo e tornando-se necessários.
Responsabilidade pedagógica neste contexto e nesta UMEI. Fortalecimento pedagógico
para este contexto escolar:
O
professor, numa pedagogia que pretenda caminhar lado a lado com a transformação
social, não é um ausente, mas uma presença atuante, participante, dirigente,
“especialista mais político” (GRAMSCI, 1968 p.8), que anima, constrói, organiza.
Que o professor participe, dirija, por meio de uma pedagogia diretiva ou não
diretiva, isso é secundário. (GADOTTI, 2004, p.75).
Deste
modo, o trabalho pedagógico deve ser construído de conteúdos, conhecimentos
diversos e científicos e da metodologia da consultoria para o cuidado e o
ensino prático e pedagógico para a vida. Um trabalho de renome, de ponta, com
soluções harmoniosas e tecnológicas, que tragam á esta UMEI Milton Trancoso de Aguiar,
paz acadêmica. Revendo os caminhos com a integridade dos conceitos teóricos,
levando-nos a mudança e a melhora acadêmica. Formação acadêmica pedagógica por
consultoria, estudo e análise de cada situação, por cada criança e por todas as
faixas etárias deste estudo na educação infantil. O professor deverá possuir controle
sobre os procedimentos e seus fazeres. Respondendo por cada passo e conectando
as famílias em relação ao contexto do trabalho pedagógico. Direcionando assim,
os caminhos percorridos e as respostas que queremos na formação dos sujeitos. E
neste modelo de trabalho, o professor é o consultor e o mediador de todo o
processo. Pois se direciona para cuidar, informar e mediar o processo de
construção do conhecimento. Em favor do crescimento da UMEI e do fortalecimento
intelectual do grupo. No que se refere à esta formação as vezes descontextualizada,
Freire (1996) destaca que:
O
professor que não leve a sério sua formação, que não estude, que não se esforce
para estar á altura de sua tarefa não tem força moral para coordenar as
atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção e a prática
democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua
competência científica (...). O que quero dizer é que a incompetência
profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 1996, p. 92).
O
professor precisa se instrumentalizar e conhecer a sua força pedagógica, para
um crescimento intelectual sobre o outro, sobre o aluno, a criança pequena que
está iniciando a educação básica. Os entraves devem ser superados, mas
aprovados e conhecidos. Precisamos fortalecer o conteúdo apreendido para
vivenciar a prática na UMEI Milton Trancoso de Aguiar. E então, teremos uma
mudança significativa na formalização do trabalho pedagógico e acadêmico em
questão nesta UMEI.
Entendemos,
que todo professor deve ser um profissional de espírito crítico e investigador,
ou seja, que seja sempre um pesquisador, que levante hipóteses sobre as teorias
e práticas construídas, que busque tirar dúvidas, que sugira coisas novas e que
não se limite às práticas comuns e simples corriqueiras, desprovidas de
resultados, mas especialmente aquele que exerce a docência na Educação
Infantil, nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar. Deverá buscar a todo custo a
construção do protagonismo em seu desenvolvimento profissional:
Falar
de desenvolvimento profissional, para além da formação, significa reconhecer o
caráter profissional específico do professor e a existência de um espaço onde
este possa ser exercido. Também implica reconhecer que os professores podem ser
verdadeiros agentes sociais, capazes de planejar e gerir o ensino-aprendizagem,
além de intervir nos complexos, sistemas que constituem a estrutura social e
profissional. (IMBERNÓN, 2006, p.46).
A
LDB nos traz que o profissional da Educação Infantil tenha no mínimo uma formação
em nível médio, antigo curso, voltado para o magistério. Não desmerecemos a
formação ofertada por este nível de ensino, em vista que a mesma se desenvolveu
durante décadas em nosso País, mas levando em conta a relevância do cuidar na
Educação Infantil, se faz necessário que este profissional tenha o curso
superior, curso de Pedagogia. Claro que não dará conta de tudo, de uma formação
multidisciplinar, mas é o caminho para o conhecimento e as especializações
desses conhecimentos. Portanto, não existe educador que não estude e sim que
estude sempre. Precisamos abraçar o conhecimento e os múltiplos conhecimentos,
conforme propõem o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil em
seu volume I:
(...)
o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de
diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores,
crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas
diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Nessa perspectiva, o
professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento (...). Na
instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no
parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um
ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências
educativas e sociais variadas. (BRASIL, 1998 A, P.30).
Entendemos
que o esforço para integração entre a teoria e a prática no cotidiano desta UMEI,
está diretamente relacionada a formação deste educador e sua vontade de estudar
ainda mais. Sua reflexão sobre a prática valoriza suas teorias e processos
acadêmicos do fazer. Gerando novos processos e ressignificações para mediar
valorosamente toda condução do processo do aprender e conviver aprendendo.
Neste recorte, é papel do educador manter vivo e integrado os conhecimentos que
envolvem os diversos campos do saber.
Objetivos
- Geral:
Discutir
o papel do professor pedagogo na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, entendendo os
desafios que surgem no contexto da relação da teoria e prática entre o
professor e o aluno pequeno. Transformando esta ação em mediação e consultoria
pedagógica para o contexto do aprendizado e do trabalho social com as famílias
e comunidade.
-
Específicos:
·
Garantir reflexões a frente das práticas
pedagógicas na UMEI Milton Trancoso de Aguiar, proporcionando discussões
pertinentes acerca dos estudos e dos conteúdos científicos que fortalecerão o
trabalho de mediação do processo acadêmico produtivo para a aprendizagem.
·
Estruturar a vida acadêmica do professor
desta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, Transformando-a numa prática inovadora,
reflexiva e que se baseie no conhecimento teórico para a prática da sala de
aula.
Desenvolvimento
O
trabalho do professor pedagogo na área educacional, principalmente na educação
infantil é de fundamental importância para as crianças, principalmente para o
desenvolvimento educacional e social dos mesmos. O pedagogo mais do que
qualquer outro profissional, apresenta uma visão ampla e qualificada para lidar
com a educação infantil, seus desafios, limites e possibilidades.
“A
criança é a chave do futuro, é a esperança de realização futuras em defesa do
direito de todos, na transformação da sociedade (...)”. Devido a essa
importância dada á criança coloca-se nas mãos do pedagogo, a responsabilidade
de desenvolver as potencialidades, assim como também, trabalhar e reconhecer os
limites dessas crianças, orientando-as para que elas saibam viver
conscientemente lutar por uma sociedade melhor”. (FREINET, apud, ANGOTTI, 2003,
p.48)
Quanto ao espaço físico escolar,
“Esse
ambiente deve ser adequado, qualitativa e quantitativamente às crianças, para
poder propiciar-lhes o crescimento, a realização da sua necessidade de
experimentação, de trabalho de assimilação espontânea, e de nutrição do
espírito”. (MONTESSORI, apud, ANGOTTI, 2003, p. 29).
Assim,
este espaço escolar, incluindo materiais e objetos pertencentes ao mesmo, também
deve ser objeto destinados às crianças, ao seu aprendizado e suas construções e
deve estar organizado de acordo com o seu respectivo tamanho, a necessidade e o
grau de ensino das mesmas, possibilitando maior acesso, entrosamento e
desenvolvimento desses alunos pequenos. Nesta perspectiva, o professor mediador
deve conciliar suas expectativas de formação acadêmica com maneiras
interessantes de estudar o local, as diversidades, facilidades e dificuldades,
tornando prático o desenvolvimento da criança e seu aprendizado.
Partindo
para a área da observação, entendemos que o funcionamento do trabalho
pedagógico e estruturação do ambiente escolar, porém, é dinâmico, produtivo e
às vezes caótico quando não nos apropriamos dele e dos sentidos que ele nos
trás. Desta forma, consolidamos o saber como riqueza pedagógica para a mudança
do comportamento e sua adequação no sistema de ensino.
Educar
é transformar o indivíduo, é prepará-lo para o mundo, conhecendo suas razões, a
fim de promover sua integração total. É oferecer a este indivíduo melhores
condições para não condicioná-lo, mas deixá-lo viver, conhecer, agir, querer,
dizer e buscar o seu aprimoramento e a transformação do mundo. (BELTRÃO, 2012,
p. 15).
Nosso
ponto de contato serão os encontros pedagógicos constituídos na UMEI através
dos estudos, análises e pesquisas que darão forma ao nosso trabalho pedagógico
de construção e enriquecimento pessoal para a aprendizagem. Teremos o prazer em
solidificar nossos enlaces com os grupos e alunos pequenos, transformando-os e
construtores do seu próprio conhecimento e atitudes com o que aprendeu para o
universo e o mundo. Construindo-se independente, analítico, crítico e acadêmico
para o presente e o futuro.
Educar/ensinar
crianças de 0 a 5 anos de idade é uma tarefa que reúne várias construções
epistemológicas e práticas e que envolvem a formação do profissional da
Educação Infantil. Não só na formação, mas numa estrutura física favorável ao desenvolvimento
das atividades planejadas, recursos didáticos – pedagógicos, é preciso que o
professor além da formação pedagógica lhe seja oferecido boas condições de
trabalho e informações científicas e acadêmicas sobre o seu fazer e sua
condução das aulas e produções. Entretanto, para que as práticas pedagógicas
atendam aos aspectos fundamentais do desenvolvimento da criança, para que
contemplem a integração real entre o cuidar e o educar, o professor deve
caminhar para além de sua formação profissional. Deverá se constituir consultor
técnico do seu trabalho, que necessitará acender em sua vida o desejo de
estudar, de ser pesquisador, aquele que busca respostas e inova com qualidade o
seu trabalho. Sendo útil e fazendo o que lhe compete de modo melhor e adequado
a partir do seu conhecimento.
Referencial Teórico
Quando
se trata de levar aos alunos a gostarem e se motivarem a aprender, faz-se
necessário tornar a aprendizagem significativa e interessante para todos, assim
é importante renunciar as práticas inadequadas e incoerentes ao contexto
escolar, neste processo educativo emerge um grande desafio a todos que estão
envolvidos na educação, propor algo novo, singular e atraente aos olhos de cada
educando, isto sim representará um salto na qualidade do ensino.
Os
professores precisam de orientação constante e estudos técnicos sobre os
teóricos e teorias pedagógicas específicas.
A
gestão pedagógica bem sucedida, portanto, é aquela voltada para a aprendizagem
de todos os alunos e professores, e o desafio é qualificar melhor a comunidade
interna da UMEI Milton Trancoso de Aguiar:
A
gestão é um componente fundamental do sucesso escolar, sem dúvida é inegável as
condições para o exercício da gestão variam de forma significativa de contexto
para contexto e de situação para situação. Não é a mesma coisa gerir uma
unidade com estrutura satisfatória ou insatisfatória (VIEIRA, 2008,P.132).
As
práticas pedagógicas tem se tornado cada vez mais imediatistas, os problemas
sociais tem agravado a situação da educação, uma vez que a Escola possui
diversas demandas e responsabilidades suplementares. As tentativas de superar
os males que afetam os processos de ensino e aprendizagem atribuem-se dentre
outros fatores, a de delegar as unidades escolares, aos professores e a
comunidade, as soluções dos problemas da Escola sem antes fortalecê-los com
treinamentos ímpares e específicos para cada caso.
O instrumento de análise é a consciência
intencional, motivo para se extrair sentido nas relações de vivência e
realidade. A educação assim seria tratada como uma experiência existencial.
(BELTRÃO, 2012, p.18).
A
melhoria da educação de qualidade começa a acontecer, através da mediação da
escola de modo pontual e sério da comunidade e governo. Para tanto, faz-se
necessário contar com a participação de gestores, professores, comunidade e
pais comprometidos com as mudanças de sucesso para a qualidade de ensino. Esta
UMEI precisa de apoio para crescer intelectualmente e pedagogicamente e refazer
seus hábitos e cultura pedagógica para acrescentar novos hábitos em seu
progresso. O perfil de formação docente deve surgir ilimitado e favorável às
novas gerações de pais e alunos que se atende hoje.
Para
o funcionamento natural da Escola faz-se necessário que a gestão de pessoas
ocorra de maneira salutar, uma vez que é das interações e relações pessoais que
nascem o compromisso e o interesse de todos em desempenhar um bom trabalho.
Nesta perspectiva que emerge uma gestão escolar verdadeiramente democrática,
onde há a participação e o cuidado de todos com aquilo que é coletivo, a Escola
e o perfil educacional dos seus alunos.
Vencer
o desafio da educação, em nosso País, pressupõe um pacto de toda sociedade pela
educação. Somente assim, esta deixará de ser prioridade do discurso dos
políticos e da política, transformando-se em prioridade na prática da gestão
pública. (VIEIRA, 2008, p.48).
As
dificuldades encontradas pelo pedagogo no desempenho de seu papel esbarram em
outros assuntos a serem superados, o acúmulo de atribuições, as carências
estruturais e culturais desencadeiam preocupações ao cenário brasileiro. Desta
forma, apresentamos o modelo de consultoria a partir do conhecimento e dos
estudos realizados para mudar este cenário e mediar de fato os processos
acadêmicos de aprendizagem para criança pequena. Precisaremos apenas de mudar o
foco e entender o processo. Chegaremos ao que hoje ainda é início de uma
questão profunda. O estudo permanente de teorias e questões pedagógicas para
evidenciar de modo produtivo a prática e o contexto efetivo da aprendizagem.
O
papel fundamental do Pedagogo reside na capacidade de mobilizar os professores,
alunos e comunidade para a constituição e concretização do Projeto Político
Pedagógico da Escola. (CARDOSO. 2008, p.139):
O pedagogo exerce um importante papel, mobilizar pessoas e incentivar o grupo. Ele atua como um agente transformador da realidade escolar, o mesmo é lembrado por viabilizar as ações responsáveis para articulação e execução do P.P.P.( Projeto Político Pedagógico). Precisa orientar e trabalhar com os professores, mediadores a fim de acrescentar conhecimento científico aos seus fazeres, tornando-os viáveis a cultura escolar e social. Transformando-os em consultores de suas ações e dos porquês das suas ações das salas de aulas.
A
indefinição das funções e a necessidade atendimento às peculiaridades de cada
escola é uma das discussões que se coloca. Argumenta-se sobre a necessidade de
se definir a identidade do coordenador, cujo espaço parece não estar
assegurado; daí, os desvios da função e o engessamento de seu trabalho pelas
relações de poder, tanto na escola, como em outras instâncias dos órgãos
governamentais. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2010, p. 232).
Alguns
desafios tem tornado o trabalho do pedagogo cada vez mais engessado, do ponto
de vista da criatividade, especialmente no que se refere aos constantes desvios
de funções. A tarefa principal do pedagogo constitui a formação de seus
docentes, por meio de formações continuadas que os professores terão a
oportunidade de vivenciar a troca de experiências, saberes e projetos coletivos
da escola, este momento de troca que humaniza a instituição e torna mais
democrática em suas relações fortalecendo-as.
As
aprendizagens do professor, no contato com a realidade em que desenvolve seu
trabalho, são tecidas de dificuldades e de possibilidade de construção e
reconstrução dos conhecimentos e saberes. A análise sobre sua vida e sua
prática, diante da política de educação e as mudanças dela decorrentes precisa apontar
para a disponibilidade de fazer do trabalho um espaço de reflexão profissional
(CAVALCANTE; LIMA, 2002, p.106).
Essas
questões são complexas pela própria natureza do problema, os pedagogos por
vezes não apresentam condições reais para articularem a formação em serviço,
seja pela ausência de formação dedicada a este fim, ou ainda pela ausência de
tempo e materiais necessários para o desenvolvimento desta tarefa. Dessa
maneira, esse profissional sofre crises em sua identidade profissional e acaba
tornando-se um “simples fazedor de coisas”.
Embora a integração e articulação entre
meios e objetivos são da responsabilidade de todos os membros da equipe
escolar, cabe maior responsabilidade, especificamente, à direção e à
coordenação pedagógica, às quais, no âmbito da escola, respondem mais
diretamente pelas condições e pelos meios de realização do trabalho escolar
(LIBÂNEO, 2006, p.307).
As
dificuldades encontradas sãos limites e desafios a serem superados, e sempre
serão tratados como absurdo para as atribuições do pedagogo.
Os
estudos evidenciam que o papel do pedagogo é refletir e auxiliar nos aspectos
que referem a formação de professores e orientação pedagógica. No entanto, as
vivências diárias no cotidiano deste profissional interferem diretamente na execução
de suas tarefas, as dificuldades e limites enfrentados pela escola no seu
dia-a-dia levam este profissional a uma prática impensada, cercada de
“afazeres” desordenados e imediatistas, assim, ele vai perdendo sua função
social e de transformação dentro da instituição de ensino. Muita das vezes precisa
se reinventar.
O
pedagogo então deve sensibilizar pessoas e fomentar discussões a cerca dos
conteúdos e dos teóricos para mediar a proposta pedagógica da escola e suprir
as necessidades de carência de conteúdos dos professores. Deve se manter em
estudo e pesquisa, inovando conhecimentos e ampliando as fontes de pesquisa
para o sucesso educacional. A intelectualidade deve existir a tempo de socorrer
a causa da ajuda.
É
exatamente no contexto de maior valorização dos meios e na organização dos
serviços educacionais, tendo em vista a racionalização do trabalho educativo,
que ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em
educação, entre eles, o pedagogo. (SAVIANI. 2003, p.27).
Neste
sentido, o trabalho do pedagogo deve propiciar permanentemente a reflexão e
discussão dos problemas da UMEI Milton Trancoso de Aguiar, de modo a
possibilitar a presença e participação de todos os segmentos da comunidade
escolar, para que assim sejam repensadas novas formas de superar os desafios e
extinguir as relações de poder que se firmam dentro da escola e que não
fundamentam uma prática relevante e progressiva. Precisamos interligar a teoria
com a prática dos afazeres.
Segundo
os estudiosos analisados, o pedagogo tem a tarefa de aperfeiçoar práticas
pedagógicas e os diferentes saberes, de modo que possibilite o aprendizado dos
alunos e o aperfeiçoamento das práticas docentes pelos professores. Assim como
nos afirma, Libâneo (2006), o pedagogo é aquele que assume a viabilização,
integração e articulação do trabalho pedagógico, de modo que ele encontra-se
diretamente relacionado aos professores, alunos e pais. Deste modo, o convite
deste trabalho é assumir as necessidades invocadas pelo dia a dia e trazer esta
prática pedagógica ao convívio diário do professor enquanto produtor das suas
práticas e consultor dos seus estudos a partir dos teóricos estudados e
pesquisados para a inovação e atualização do trabalho pedagógico de construção.
Metodologia
Pode-se
inferir que o pedagogo que atua na Educação Infantil está em processo de
construção de sua identidade, ou seja, do que realmente significa ser professor
deste nível de ensino. Muito há que se descobrir e descortinar sobre o papel
deste profissional responsável pela organização dos processos de
ensino-aprendizagem de educandos que se encontram na primeira etapa de suas
vidas e na primeira etapa da educação brasileira, Educação Básica. O certo é
que, o pedagogo, professor da Educação Infantil, deverá reunir uma gama de
conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento da criança, como este se
organiza a níveis cognitivo, social e afetivo, e como resolver saberes. É
sensato que busque encontrar também a si mesmo, enquanto pessoa que se constrói
profissionalmente e humanamente.
Nossa
metodologia entretanto, segue o modelo da pesquisa ação que nos remete a
condição de investigadores e estudiosos do assunto educação, transcendendo
nossos desejos e limites, para de fato conhecermos os nossos pontos fortes e
inovadores para favorecermos nossa identidade e funcionalidade na Escola e na
vida escolar do nosso aluno.
A idéia de autonomia como finalidade da
educação será central na abordagem construtivista, tão central que para ela convergem
professores/educadores e educandos. Só é possível construí-la, o educador que
for autônomo. Não é possível ensinar algo que não se sabe. Por esta orientação,
o saber construído virá de trocas constantes. (BELTRÃO, 2012, p.30).
Prepararemos
reuniões de estudos científicos com plenitude e atitude de discussão e
reflexão, trazendo a tona algumas convicções e ponderações para nosso suporte
de conhecimento pedagógico dentro das nossas vivências e dentro do contexto
escolar. Estudos, análises, escritas e construções pedagógicas sobre a criança;
seus contextos e vivências. Observações e análises das observações. Ponderações
em grupo e prática a partir dos assuntos e teorias estudadas e construídas.
Cada um realizará suas ponderações e serão construídas suas vivências, a partir
do seu olhar e considerações dos teóricos e assuntos científicos na área da
educação infantil e para esta UMEI.
Os
trabalhos serão densos, estruturados e com mediação de todos na interferência
da construção e da constatação do que de fato completa e acrescenta valor a
prática diária da sala de aula.
O
pedagogo professor consultor e mediador, falará de suas necessidades, pautadas
nas estruturas descobertas e analisadas a partir de estudos, análises e
construções coletivas trazidas a tona para reflexões nas reuniões periódicas de
estudo e envolvimento.
Esta
UMEI Milton Trancoso de Aguiar tem vivenciado encontros acadêmicos de
conhecimento teórico, facilitando assim o trabalho pedagógico, através do novo
e do conhecimento sobre o desconhecido que aparece nos conteúdos e estudos realizados.
Transformando-os em temas específicos e desmistificados para a inclusão no
trabalho cotidiano e reflexão do professor.
Deste
modo, construímos cada passo por vez e criamos hábitos de superação e
alimentação contínua de atividades pedagógicas de crescimento e de atendimento
as necessidades diárias e constantes das nossas crianças, sujeitos das suas
casas e regiões, mas com certeza, pessoas do mundo e para o mundo. Traduzindo
suas idéias e consolidando seu conhecimento e aprendizado a partir das reflexões
advindas dos nossos encontros, estudos e análises.
Conclusão
Finalizando a discussão, podemos afirmar que, em termos legais o papel do pedagogo e de uma gestão verdadeiramente democrática encontram-se em construção nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, uma vez que a lei obriga aos sistemas de ensino a seguir os princípios de uma gestão democrática, mas as construções são pessoais e acadêmicas, acontecendo a partir das retomadas e re construções.
Finalizando a discussão, podemos afirmar que, em termos legais o papel do pedagogo e de uma gestão verdadeiramente democrática encontram-se em construção nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, uma vez que a lei obriga aos sistemas de ensino a seguir os princípios de uma gestão democrática, mas as construções são pessoais e acadêmicas, acontecendo a partir das retomadas e re construções.
De
fato, constatamos uma necessidade de uma reflexão e estudos sobre os contextos
escolares, conteúdos pedagógicos e sobre teóricos específicos, precisaremos
estudar e implantar no espaço, ações pedagógicas de rotina para o estudo e o
trabalho científico. Colaborando para o crescimento cultural, a investigação e
a teoria a partir da prática. Consolidando assim, o trabalho de consultoria e
mediação pedagógica entre os professores praticantes da sala de aula com
crianças pequenas, nesta UMEI.
Este
trabalho nos revelou achados fundamentais, tanto em nível de reflexão sobre a
problemática que permeia o campo da gestão pedagógica escolar, como também veio
somar em nossa formação, enquanto educadores, a experiência vivenciada
aproximou-nos de nossa prática pedagógica, fazendo-nos refletir sobre as
práticas, os conteúdos e a nossa formação acadêmica não só para o cuidar, mas
para o instruir e para a escolarização.
Das
reflexões apresentadas, identificamos como um dos grandes desafios que surge no
contexto da relação teoria e prática o fato de que seja realmente o professor
da Educação Infantil nesta UMEI Milton Trancoso de Aguiar, um sujeito crítico
reflexivo, com bagagem teórica incluída aos seus planejamentos e ações, uma vez
que isto só será realidade na medida em que o desejo de mudança seja alimentado
pela auto formação, pela auto avaliação, pelo autoconhecimento e pelo
conhecimento através das aprendizagens e das diversas construções e análises.
Precisaremos recriar um processo acadêmico personalizado para este crescimento
pedagógico.
Na formação permanente dos professores,
o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando
criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima
prática. O próprio discurso teórico, necessário a reflexão crítica, tem de ser
de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. O seu “distanciamento
epistemológico da prática enquanto objeto de sua análise, deve “aproximá-lo” ao
máximo. Quanto melhor faça esta operação tanto mais inteligência ganha da
prática em análise e maior comunicabilidade exerce em torno da superação da
ingenuidade pela rigorosidade. Por outro lado, quanto mais me assumo como estou
sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me
torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua
para o de curiosidade epistemológica. (FREIRE, 1996, p.39).
O
presente trabalho é importante e relevante por contribuir com reflexões acerca
do papel do pedagogo professor da Educação Infantil, por permitir reflexões
frente às práticas pedagógicas e por proporcionar discussões pertinentes sobre
a formação acadêmica para este nível de ensino e criança pequena. É tempo de
fazer a Educação Infantil desta UMEI se projetar enquanto nível de ensino no
corpo da educação básica, num local de transformações e de pensar construtivo
sobre as práticas e os fazeres através da teoria e dos estudos sobre as
crianças pequenas e seu aprendizado para a vida.
É
inegável que hoje o professor é cercado de várias oportunidades para se
capacitar ou se instruir profissionalmente, quer seja por intermédio da
formação em serviços nas escolas, da formação continuada ofertada através de
inúmeros eventos educativos espalhados não só pelo País. Mas é através destes
estudos nesta UMEI que fortaleceremos estes vínculos e partilharemos deste
olhar para crescermos juntos e também a partir disto.
A
capacitação deve preencher os espaços e transformar este sujeito ativo que é o
professor, em agente de mudanças e profissional capaz de rever sua postura e
fortalecer-se através dos estudos, das análises e das descobertas em suas
pesquisas e socializações.
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